Fratura de Bennett é uma lesão na base do primeiro metacarpo que alcança a articulação do polegar. Afeta a pinça e o aperto, com dor ao segurar objetos, abrir tampas ou girar a chave.
Neste guia, apresento as causas, sinais mais comuns, exames que confirmam o diagnóstico, opções de tratamento e o passo a passo da reabilitação, com orientações práticas para encurtar o tempo de recuperação.
O que é fratura de Bennett
Trata-se de uma fratura intra-articular da base do primeiro metacarpo, na junção com o osso trapézio.
O padrão costuma ser instável pela ação muscular que puxa o fragmento, por isso, o alinhamento correto é decisivo para proteger a cartilagem da articulação carpometacarpal do polegar.
Causas e mecanismos mais comuns
A fratura de Bennett geralmente surge com carga axial no polegar flexionado, queda sobre a mão estendida, pancada direta ou torção brusca.
É frequente em esportes de contato e lutas, além de atividades que exigem pinça forte e repetitiva.
- Soco em superfície rígida ou impacto no esporte.
- Queda com a mão no chão e o polegar dobrado.
- Trauma ocupacional com uso intenso da pinça.
Sinais e sintomas
Além da dor na base do polegar, especialmente ao apertar, abrir embalagens ou girar chaves, outros sintomas descritos são:
- Inchaço e hematoma.
- A preensão de pinça perde força, e movimentos finos ficam limitados.
- Sensibilidade à palpação e dificuldade para tarefas simples.
Como é feito o diagnóstico
O exame físico identifica a dor localizada e limitação funcional. Radiografias confirmam a fratura de Bennett e avaliam o desalinhamento.
Em casos selecionados, a tomografia ajuda a medir incongruências articulares e planejar o tratamento.
Quando é possível tratar sem cirurgia
Nos casos estáveis, sem desvio, pode-se usar imobilização tipo espica do polegar por 3 a 4 semanas, com controle radiográfico.
Analgésicos, gelo e proteção de carga ajudam na fase inicial, sendo importante revisões clínicas e radiográficas periódicas, além de transição gradual para órtese removível conforme a dor e edema.
Cirurgia: quando indicar e quais técnicas
A cirurgia é indicada quando existe instabilidade, subluxação persistente ou degrau articular relevante. O objetivo é restaurar o alinhamento, estabilizar a fratura e preservar a articulação do polegar.
- Redução fechada com fixação percutânea usando fios ou parafusos.
- Redução aberta e fixação interna quando não se obtém alinhamento adequado de modo fechado.
- Imobilização pós-operatória seguida de reabilitação dirigida.
Reabilitação e retorno às atividades
Após imobilização ou cirurgia, a terapia da mão conduz o ganho de mobilidade, controle de edema e recuperação da força. A progressão respeita a estabilidade da fratura e a dor do paciente.
- Mobilidade ativa e ativa-assistida em fases iniciais, conforme liberação.
- Fortalecimento progressivo de pinça e preensão.
- Treino funcional para tarefas do dia a dia e retorno ao esporte.
Riscos, complicações e prognóstico
Sem alinhamento adequado, a fratura de Bennett pode evoluir com artrose precoce, dor crônica e rigidez.
Com redução correta, fixação estável e fisioterapia bem conduzida, a maioria retoma a função satisfatória.
Prevenção e dicas práticas
Para reduzir o risco, recomendo:
- Avaliar a técnica esportiva.
- Usar proteção adequada.
- fazer fortalecimento específico do polegar e do punho.
Ao primeiro sinal de dor após trauma, evite esforços e agende sua consulta para avaliar mais detalhadamente seu caso e pensarmos na melhor estratégia.
FAQs
Fratura de Bennett sempre precisa de cirurgia?
Nem sempre. Casos estáveis, sem desvio, podem ser tratados com imobilização e acompanhamento. A decisão depende do alinhamento articular e da estabilidade.
Quanto tempo leva para voltar às atividades?
A consolidação ocorre em cerca de 4 a 6 semanas, porém a recuperação funcional completa pode exigir mais tempo. O retorno esportivo é liberado conforme dor, força e mobilidade.
Qual é a diferença entre fratura de Bennett e fratura de Rolando?
Ambas acometem a base do primeiro metacarpo. A fratura de Bennett é em duas partes, já a fratura de Rolando costuma ser cominutiva, em “T” ou “Y”, e tende a ser mais instável.
Quando devo procurar um ortopedista?
Após trauma com dor na base do polegar, inchaço ou perda de força, busque avaliação. Quanto mais cedo alinhar a articulação, melhor o prognóstico.
A fratura de Bennett pode causar artrose?
Pode, principalmente quando há desalinhamento residual. O tratamento correto e a reabilitação reduzem esse risco.
- Síndrome do Canal de Guyon: o que é e como tratar - setembro 28, 2025
- Lesão da placa volar: diagnóstico e tratamento - setembro 27, 2025
- Fratura de Bennett: sintomas, diagnóstico e tratamento - setembro 26, 2025