Fraturas do Rádio: Tipos e Como Tratar

Como ortopedista especializado em cirurgia de mão em Goiânia, tenho a oportunidade de tratar uma variedade de lesões, mas as fraturas do rádio são particularmente comuns e um tanto desafiadoras.

Localizadas na região distal do osso, essas fraturas afetam a parte do punho que conecta o rádio à ulna, e são frequentemente causadas por quedas sobre a mão estendida ou por traumas de alta energia

Neste artigo, irei abordar os principais tipos de fraturas que acometem o rádio, os sintomas característicos e as opções de tratamentos disponíveis.

Tipos de fraturas do rádio

As fraturas do rádio podem se apresentar de diferentes formas, variando conforme o mecanismo do trauma e a região afetada. Os principais tipos são:

  • Fratura do rádio distal: Muito comum em idosos e em quedas com apoio na mão. Pode ser simples ou apresentar desvio dos fragmentos ósseos.
  • Fratura do rádio proximal: Menos frequente, geralmente associada a impactos diretos no cotovelo.
  • Fratura cominutiva: Quando o osso se fragmenta em múltiplas partes, dificultando a consolidação.
  • Fratura intra-articular: Envolve a articulação do punho ou cotovelo, podendo gerar complicações como artrose se não tratada adequadamente.

Cada uma dessas lesões exige um diagnóstico preciso e um plano de tratamento específico para garantir a recuperação funcional adequada do membro afetado.

Sintomas e diagnóstico

Os pacientes com fraturas do rádio costumam relatar dor intensa no local da lesão, inchaço e limitação do movimento. Em casos mais graves, é possível notar deformidade visível no antebraço ou no punho.

Para confirmar o diagnóstico, utilizo exames de imagem como radiografias, que ajudam a identificar a extensão da fratura e a necessidade de intervenção cirúrgica.

Em situações mais complexas, a tomografia computadorizada pode ser solicitada para um planejamento mais detalhado do tratamento.

Tratamentos disponíveis

O tratamento depende do tipo e da gravidade da fratura. Algumas lesões podem ser tratadas de forma conservadora, enquanto outras exigem correção cirúrgica.

  1. Imobilização: Indicada para fraturas sem desvio ou estáveis. Utiliza-se uma tala ou gesso por algumas semanas, acompanhados de reavaliações periódicas.
  2. Cirurgia: Necessária quando há desalinhamento dos fragmentos ósseos, comprometendo a funcionalidade do membro. Nesse caso, utilizamos placas, parafusos ou fixadores externos para estabilizar a fratura.
  3. Fisioterapia: Essencial no pós-tratamento para recuperar a mobilidade e fortalecer a musculatura da região.

A escolha do melhor procedimento é feita com base na avaliação individual de cada paciente, levando em conta sua idade, nível de atividade e condições pré-existentes.

Técnicas cirúrgicas

As técnicas cirúrgicas para fraturas do rádio distal variam conforme a complexidade da lesão.

Em muitos casos, utilizamos uma placa específica para o rádio distal, combinada com parafusos para estabilizar a fratura.

A radioscopia é uma ferramenta valiosa durante a cirurgia, permitindo que verifiquemos o posicionamento correto dos fragmentos ósseos e do material de síntese.

Complicações possíveis

Embora a cirurgia seja geralmente segura, existem riscos associados, como infecção, pseudartrose (falha na consolidação do osso), deformidade residual, necrose, artrose, lesão neurovascular, trombose e embolia.

É primordial que os pacientes estejam cientes desses riscos e sigam as orientações pós-operatórias para minimizá-los.

Recuperação e retorno às atividades

A recuperação de uma fratura do rádio pode levar de algumas semanas a meses, dependendo da gravidade da lesão e do tipo de tratamento adotado.

Durante esse período, é fundamental seguir as orientações médicas e realizar os exercícios recomendados para evitar rigidez e perda de força.

A reabilitação é um componente essencial do tratamento. Após a cirurgia ou o tratamento conservador, os pacientes devem realizar fisioterapia para recuperar a mobilidade e a força do punho.

É importante manter a movimentação dos dedos livre desde o início para evitar rigidez.

Meus pacientes que aderem corretamente ao processo de reabilitação costumam recuperar uma boa funcionalidade do membro, voltando gradativamente às atividades diárias e profissionais.

Em casos mais complexos, ajustes no tratamento podem ser necessários para garantir um resultado satisfatório.

Conclusão

As fraturas do rádio são lesões que exigem uma abordagem cuidadosa para garantir a recuperação completa.

Com um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, é possível restabelecer a mobilidade e evitar complicações futuras.

Cada caso deve ser avaliado individualmente para definir a melhor conduta, seja ela conservadora ou cirúrgica.

O acompanhamento médico e a reabilitação desempenham um papel essencial nesse processo, permitindo que os pacientes retomem suas atividades com segurança.

Imagens: Créditos Freepik

Dr. Henrique Bufaiçal
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Dr. Henrique Bufaiçal
Dr. Henrique Bufaiçal

Ortopedista Especialista em mãos Goiânia. Há mais de 8 anos dedicando-se exclusivamente aos cuidados ortopédicos e à Cirurgia da Mão.