Fratura de boxer é o nome dado à quebra do colo do 5º metacarpo, o osso que liga o dedo mínimo ao punho.
Ela costuma acontecer depois de um soco em superfície rígida, mas também pode surgir após quedas, pancadas diretas e traumas esportivos.
Por ser uma lesão comum e, em muitos casos, subestimada, o risco é imobilizar de forma inadequada, atrasar o diagnóstico ou aceitar um desvio que depois limita a função da mão.
O ponto-chave é entender o grau de desvio, avaliar a rotação do dedo e escolher o tratamento que preserve o alinhamento, movimento e força.
O que é fratura de boxer
A mão tem 27 ossos, com articulações pequenas e movimentos finos que dependem de alinhamento preciso.
Na fratura de boxer, a quebra ocorre perto da “cabeça” do 5º metacarpo, numa área chamada colo. Essa região recebe grande carga quando a mão fecha em punho e o impacto acontece na borda ulnar, perto do dedo mínimo.
O termo “boxer” é popular porque o mecanismo clássico é o soco.
Mesmo em atletas, a fratura pode surgir quando o punho entra desalinhado, quando não há bandagem adequada ou quando o golpe acerta um alvo rígido.
Fora do esporte, é comum em acidentes domésticos e episódios de impacto direto.
Sinais e sintomas mais comuns
Os sintomas variam conforme o desvio e a presença de lesões associadas, como cortes na pele, hematomas e contusão de partes moles.
Em geral, a queixa é imediata após o trauma, com piora ao fechar a mão ou tentar usar a pinça e a preensão.
- Dor e sensibilidade na base do dedo mínimo, na região do metacarpo.
- Inchaço local, que pode limitar o movimento já nas primeiras horas.
- Hematoma (roxo) e calor local, dependendo da intensidade do trauma.
- Dificuldade para esticar ou dobrar o dedo mínimo, com sensação de travamento.
- Perda do “contorno” da articulação do 5º metacarpo no dorso da mão.
- Desvio rotacional, quando o dedo mínimo cruza ou “encosta” no anelar ao fechar a mão.
O desvio rotacional merece atenção especial. Mesmo com pouca dor, ele pode gerar sobreposição dos dedos ao fechar o punho, atrapalhando tarefas simples como segurar um copo, usar ferramentas, escrever ou digitar.
Em termos funcionais, a rotação é um dos achados que mais pesa na decisão de reduzir corretamente a fratura ou indicar cirurgia.
Causas e situações que aumentam o risco
A fratura de boxer aparece com mais frequência depois de um impacto com punho fechado. Só que nem sempre é “soco em parede”.
Quedas com a mão fechada, colisões em esportes de contato e traumas torcionais podem produzir a mesma fratura.
Em acidentes de maior energia, como colisões de trânsito, o padrão pode ser mais complexo, com múltiplos fragmentos e lesão de partes moles.
Em pessoas com fragilidade óssea, como osteoporose, o osso pode quebrar com menor força.
Nesses casos, é comum que o mecanismo pareça “leve” e, ainda assim, a fratura exista, reforçando a importância do exame e da radiografia, mesmo quando a dor não parece tão intensa.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa pela história do trauma e pelo exame físico. O profissional avalia dor local, edema, alinhamento do dedo, estabilidade, presença de feridas e a rotação durante o movimento de fechar a mão.
Também é essencial checar a sensibilidade, perfusão e sinais de lesão tendínea.
O exame principal é a radiografia. Ela confirma o local da fratura, mostra o grau de desvio e ajuda a identificar outras fraturas associadas.
A tomografia pode ser útil em casos específicos, como fraturas muito fragmentadas, dúvida no alinhamento articular ou planejamento cirúrgico, mas não é rotina para todo paciente.
Tratamento conservador: quando a tala resolve
Quando a fratura de boxer não apresenta desvio significativo e não há rotação do dedo, o tratamento costuma ser conservador.
O objetivo é imobilizar na posição adequada, controlar a dor e permitir a consolidação do osso sem perder a função.
Em geral, utiliza-se tala ou gesso envolvendo o anelar e mínimo, mantendo as articulações em posição que proteja o tendão e favoreça o alinhamento.
Dependendo do caso, após um período inicial, pode ser indicada uma órtese removível, o que facilita a higiene, reduz o desconforto e permite a reabilitação mais precoce, sob orientação.
O tempo de imobilização costuma ficar entre 4 e 6 semanas, com radiografias de controle para confirmar que a fratura segue alinhada e consolidando.
A liberação para esforço e impacto depende do exame, da dor, do retorno do movimento e de como o osso cicatrizou.
Quando a cirurgia entra em cena
A cirurgia é considerada quando há:
- Desvio importante.
- Fratura muito fragmentada.
- Fratura aberta.
- Rotação do dedo.
- Instabilidade após tentativa de redução.
- Associação com outras lesões.
Nesses cenários, aceitar um alinhamento inadequado pode resultar em deformidade, perda de força e limitação de movimento.
O princípio cirúrgico é reduzir (recolocar) o osso e estabilizar até consolidar. A fixação pode ser feita com fios (pinos), mini-hastes, placas e parafusos, escolhidos conforme o padrão da fratura e a necessidade de estabilidade.
Em muitos casos, a imobilização continua por um período, seguida de reabilitação orientada.
Se você está com dor, deformidade ou dúvida após um trauma, é indispensável agendar uma consulta com com especialista em fraturas de mão, porque a avaliação de rotação e o planejamento de imobilização não são detalhes, eles definem o resultado funcional.
Reabilitação: o que define o retorno da função
Mesmo com boa consolidação óssea, a mão pode ficar rígida se o movimento não for recuperado no momento certo.
Por isso, terapia ocupacional ou fisioterapia é comum após o período de imobilização, seja no tratamento conservador, seja após cirurgia. O foco é recuperar amplitude, coordenação fina e força de preensão.
- Exercícios progressivos de mobilidade dos dedos e do punho, guiados por dor e edema.
- Treino de função, como pinça, escrita, digitação e atividades do dia a dia.
- Fortalecimento gradual, respeitando o tempo de consolidação do osso.
- Orientações para evitar impacto precoce e reduzir risco de nova fratura.
O retorno ao esporte e a atividades com carga depende do tipo de fratura, do tratamento e do exame de controle.
A maior parte dos pacientes volta com boa função, desde que o alinhamento seja respeitado e a reabilitação seja levada a sério.
Possíveis complicações
Complicações existem, principalmente quando a fratura é negligenciada ou quando o alinhamento não é bem corrigido.
Entre as mais relevantes estão rigidez, deformidade rotacional e perda do contorno do 5º metacarpo.
Em casos cirúrgicos, podem ocorrer problemas relacionados ao material, como infecção no trajeto de pinos, irritação local ou necessidade de retirada do implante.
Procure avaliação se houver piora progressiva da dor, dedos “tortos” ao fechar a mão, dormência, ferida aberta, secreção, febre ou incapacidade de movimentar o dedo mínimo de forma adequada.
Prevenção: como reduzir a chance de nova lesão
Nem toda fratura é evitável, mas alguns cuidados reduzem bastante o risco.
- Em esportes de combate, técnica correta, luvas adequadas e bandagens bem feitas fazem diferença.
- Fora do esporte, evitar socos em superfícies rígidas e manter segurança em atividades com risco de queda.
FAQs
Fratura de boxer é sempre no dedo mínimo?
O nome se refere ao colo do 5º metacarpo, que está ligado ao dedo mínimo. Outras fraturas na mão podem ter sintomas parecidos, por isso a radiografia é importante.
Quanto tempo demora para colar?
Em muitos casos, a consolidação ocorre em torno de 6 semanas. O retorno completo de força e função pode levar mais tempo, principalmente se houver rigidez.
Posso mexer os dedos com a tala?
Depende do tipo de imobilização e do padrão da fratura. Em geral, movimentar os dedos liberados ajuda a reduzir rigidez, mas a orientação deve ser individual.
Quando a cirurgia é mais indicada?
Quando há desvio importante, rotação do dedo, fratura aberta, instabilidade ou fragmentação maior. A decisão leva em conta exame físico e radiografia.
Fica deformado se eu não tratar?
Pode ficar. Alinhamento ruim aumenta risco de perda do contorno do 5º metacarpo, dedo rodado e limitação de função, mesmo que a dor diminua.
Fratura de boxer em Goiânia tem atendimento online?
Há locais que oferecem avaliação presencial e suporte online para orientação inicial e acompanhamento, mas a confirmação depende de exame físico e radiografia.
Quando posso voltar a treinar?
Em muitos casos, esportes com impacto só são liberados perto de 8 semanas, com base em exame, radiografia e recuperação de força e movimento.
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