Rizartrose: O Que é e Como Tratar

A rizartrose é uma condição que vejo diariamente em meu consultório e que afeta significativamente a qualidade de vida de milhares de pessoas.

Como ortopedista especializado em doenças da mão e punho, posso afirmar que esta é uma das queixas mais frequentes entre meus pacientes, sobretudo mulheres acima dos 50 anos.

A dor na base do polegar, característica desta condição, pode transformar atividades simples do dia a dia em verdadeiros desafios.

Reuni neste conteúdo todas as informações sobre rizartrose, desde o que é até prevenção e cuidados no dia a dia.

O Que é Rizartrose e Por Que Ela Ocorre

A rizartrose, também conhecida como artrose trapeziometacarpiana, é a degeneração da cartilagem que reveste a articulação entre o osso trapézio e o primeiro metacarpo – a base do polegar.

Esta articulação é bastante vulnerável devido ao seu uso constante e à grande amplitude de movimento que permite.

Dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 15% da população brasileira acima dos 40 anos apresenta algum grau de desgaste nesta articulação.

Um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia em 2023 revelou que as mulheres são afetadas 10 vezes mais que os homens, especialmente após a menopausa, em razão das alterações hormonais que influenciam a saúde articular.

Sintomas

Ao longo destes anos atendendo pacientes com rizartrose, identifiquei um padrão claro de sintomas:

  • A dor na base do polegar ao realizar movimentos de pinça.
  • Dificuldade para abrir potes, girar chaves ou mesmo segurar objetos pequenos como canetas.

Com a progressão da doença, surgem outros sinais importantes:

  • Inchaço local.
  • Diminuição da força de preensão.
  • Em casos mais avançados, deformidade visível na base do polegar.

Um estudo internacional publicado no Journal of Hand Surgery em 2024 confirmou que 70% dos pacientes com rizartrose moderada a grave apresentam limitação funcional significativa em suas atividades diárias.

Diagnóstico Preciso: A Base do Tratamento Eficaz

Em minha prática, sempre enfatizo a importância do diagnóstico precoce. O exame clínico detalhado, combinado com radiografias específicas, permite identificar o grau de comprometimento articular.

Utilizo testes específicos como o teste de compressão axial e o teste de moagem, que reproduzem a dor característica da rizartrose quando positivos.

As radiografias mostram claramente a diminuição do espaço articular, a presença de osteófitos (bicos de papagaio) e, em casos avançados, subluxação da articulação.

A classificação de Eaton-Littler, que divido com meus pacientes durante a consulta, ajuda a determinar o estágio da doença e orientar o tratamento mais adequado.

Tratamentos Conservadores

Sempre inicio o tratamento de forma conservadora, e os resultados em meus pacientes têm sido muito encorajadores.

As órteses (talas) específicas para rizartrose, usadas principalmente durante atividades que exigem mais do polegar, proporcionam alívio significativo em cerca de 60% dos casos leves a moderados.

A fisioterapia especializada em mão é fundamental. Trabalho em parceria com fisioterapeutas experientes que aplicam técnicas de mobilização articular, fortalecimento muscular específico e modalidades analgésicas.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo em 2023 demonstrou que pacientes submetidos a um programa de reabilitação estruturado apresentaram melhora de 40% na funcionalidade após 12 semanas.

As infiltrações com corticoides ou ácido hialurônico são opções para casos selecionados, onde cerca de 70% dos pacientes apresentam melhora temporária significativa, com duração média de 3 a 6 meses, permitindo melhor participação no programa de reabilitação.

Quando a Cirurgia se Torna Necessária

Após esgotar as opções conservadoras, alguns pacientes necessitam de intervenção cirúrgica, onde a escolha da técnica depende de vários fatores: idade do paciente, demanda funcional, grau de degeneração articular e presença de artrose em outras articulações.

As técnicas comumente utilizadas são a artroplastia de ressecção-suspensão (técnica de Burton-Pellegrini), que apresenta excelentes resultados em pacientes mais idosos, e a artrodese em pacientes jovens com alta demanda funcional.

Dados do Colégio Brasileiro de Cirurgiões mostram que a taxa de satisfação após cirurgia de rizartrose ultrapassa 85% quando bem indicada.

Inovações no Tratamento

Mantenho-me constantemente atualizado sobre as novas tecnologias e tratamentos. A terapia com plasma rico em plaquetas (PRP) tem mostrado resultados promissores em estudos internacionais, com melhora da dor em até 60% dos casos.

As próteses de polegar de nova geração, desenvolvidas com materiais biocompatíveis, representam uma opção interessante para pacientes jovens e ativos.

Um estudo multicêntrico europeu de 2024 demonstrou sobrevida de 95% destas próteses em 10 anos, com manutenção da mobilidade e força.

Prevenção e Cuidados no Dia a Dia

Sempre oriento meus pacientes sobre medidas preventivas e adaptações no cotidiano para retardae a progressão da doença:

  1. O uso de utensílios ergonômicos.
  2. Modificação de atividades que sobrecarregam o polegar.
  3. Exercícios regulares de alongamento e fortalecimento.

A manutenção do peso corporal adequado e o controle de doenças sistêmicas como diabetes também influenciam positivamente a evolução da rizartrose.

Estudos brasileiros recentes mostram que pacientes que adotam estas medidas apresentam progressão 30% mais lenta da doença.

Conclusão

A rizartrose é uma condição desafiadora, mas com diagnóstico adequado e tratamento individualizado, é possível obter excelentes resultados.

Em meus anos de experiência tratando esta patologia, posso dizer que o sucesso do tratamento depende da combinação adequada de medidas conservadoras, reabilitação focada e, quando necessário, intervenção cirúrgica precisa.

O mais importante é não conviver com a dor. Muitos de meus pacientes demoraram anos para buscar ajuda, sofrendo desnecessariamente. Com os avanços atuais no tratamento da rizartrose, é possível recuperar a funcionalidade e qualidade de vida.


Como especialista em cirurgia da mão, estou à sua disposição para avaliar seu caso e propor o melhor tratamento para sua rizartrose.

Entre em contato e marque sua avaliação. Juntos, encontraremos a solução ideal para recuperar a função de suas mãos e sua qualidade de vida.

Dr. Henrique Bufaiçal
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Dr. Henrique Bufaiçal
Dr. Henrique Bufaiçal

Ortopedista Especialista em mãos Goiânia. Há mais de 8 anos dedicando-se exclusivamente aos cuidados ortopédicos e à Cirurgia da Mão.