Dor nos dedos da mão: o que pode ser

Quem sente dor nos dedos da mão sabe como tarefas simples perdem fluidez. O sintoma pode vir de esforço repetitivo, inflamação, compressão de nervos ou traumas.

Com diagnóstico correto, o alívio é possível.

Como ortopedista especializado em mão e punho, preparei esse conteúdo para explicar tudo sobre dor nos dedos da mão, desde as causas até exercícios simples para aliviar.

Causas comuns de dor nos dedos da mão

Várias condições podem explicar a dor nos dedos da mão. As mais frequentes são:

• Traumas e pancadas (esportes, quedas, apertões), com dor e inchaço local.
• Lesão por esforço repetitivo, digitação longa, ferramentas manuais, instrumentos musicais.
• Tenossinovite e tendinite, inflamação dos tendões que move(m) os dedos.
• Artrite e osteoartrite, desgaste e inflamação das articulações.
• Síndrome do túnel do carpo, compressão do nervo mediano, com formigamento e fraqueza.
• Gota, depósito de cristais de ácido úrico nas articulações pequenas.
• Doenças autoimunes (como lúpus e artrite reumatoide), com dor e rigidez matinal.
• Cistos e caroços que podem limitar movimento e doer ao uso.

Sinais e sintomas que pedem atenção

A intensidade varia, mas alguns sinais merecem consulta rápida:

1. Dor que não melhora em 48 a 72 horas.
2. Deformidade após trauma.
3. Incapacidade de pinça ou preensão.
4. Dormência progressiva.
5. Pele muito avermelhada e quente.
6. Febre associada.
7. Ferida com secreção.

Como o médico investiga

O especialista avalia quando a dor nos dedos da mão começou, atividades que pioram, histórico de traumas e doenças.

O exame físico observa inchaço, pontos dolorosos, amplitude de movimento e força. Podem ser solicitados:

• Raio X para fraturas e artrose.
• Ultrassom para tendões, cistos e líquido articular.
• Ressonância magnética em casos complexos.
• Exames de sangue quando há suspeita inflamatória ou gota.
• Estudos de condução nervosa para compressões como túnel do carpo.

Tratamentos

O plano depende da causa. Em muitos quadros, medidas simples combatem a dor com segurança, sempre com orientação individual.

• Repouso relativo e ajuste de tarefas, evitando movimentos que irritam a região.
• Gelo por 10 a 15 minutos, de 3 a 4 vezes ao dia, nos primeiros dias de dor.
• Imobilização curta com órtese ou talas quando indicado.
• Fisioterapia para reduzir inflamação, recuperar mobilidade e fortalecer.
• Medicamentos analisados caso a caso, como analgésicos e anti-inflamatórios.
• Infiltrações com corticoide em situações selecionadas.
• Cirurgia quando há compressão nervosa importante, cistos recorrentes, lesões ligamentares ou falha do tratamento conservador.

Ergonomia e hábitos que protegem as mãos

Prevenir a dor nos dedos da mão passa por pequenas mudanças de rotina. O objetivo é diminuir sobrecarga e melhorar a mecânica dos movimentos.

• Fazer pausas a cada 50 minutos de trabalho manual ou digitação, com alongamentos breves.
• Usar ferramentas com cabo anatômico e boa aderência.
• Apoiar antebraços ao teclar, ajustar altura da mesa e do teclado.
• Variar tarefas para fugir da repetição contínua.
• Hidratar o corpo e manter alimentação equilibrada, útil em quadros inflamatórios e gota.

Exercícios simples para aliviar

Se o seu caso permitir, estes movimentos ajudam a reduzir tensão e podem ser feitos sem dor. Pare se houver piora dos sintomas.

• Deslizamento de tendões: abrir e fechar a mão devagar, 10 repetições, três vezes ao dia.
• Alongamento de flexores: com o braço estendido, puxar suavemente os dedos para trás por 20 segundos.
• Pinça leve: apertar uma bola de espuma por 3 segundos e soltar, 10 repetições.
• Extensão com elástico: colocar elástico ao redor dos dedos e abrir contra a resistência, 10 repetições.

Quando procurar o especialista

Busque avaliação se a dor nos dedos da mão limita a rotina, retorna com frequência, vem acompanhada de formigamento persistente, rigidez matinal prolongada, perda de força ou deformidade visível.

Se você vem sentindo dores constantes nos dedos da mão, agende uma consulta para poder avaliar seu quadro mais detalhadamente e pensarmos na melhor abordagem terapêutica!

FAQs

Gelo ou calor ajuda mais?

Nos primeiros dias, prefira gelo para modular a inflamação. Calor suave pode entrar depois para relaxar a musculatura, desde que não exista inchaço importante.

Como diferenciar dor por esforço de algo mais sério?

Dor por esforço melhora com repouso curto e ajustes de atividade. Alerta para algo maior: formigamento que não passa, perda de força, deformidade, febre, dor que cresce a cada dia.

Quais exames avaliam dor nos dedos?

Raio X, ultrassom e, em casos selecionados, ressonância. Para compressão de nervos, estudos de condução nervosa ajudam na confirmação.

A síndrome do túnel do carpo sempre precisa de cirurgia?

Não. Muitos casos melhoram com talas noturnas, mudanças de rotina, fisioterapia e infiltração. Cirurgia entra quando há falha dessas medidas ou déficit neurológico.