Dor no dedo polegar da mão direita: causas e como tratar

A dor no dedo polegar da mão direita atrapalha tarefas simples, como segurar o celular, abrir potes e digitar. Quando a dor surge, muita gente tenta “esperar passar”.

Essa estratégia costuma atrasar o diagnóstico e prolongar o incômodo.

Como especialista em lesões da mão, reuni aqui as causas mais comuns, como diferenciar cada quadro, exames úteis e o que fazer para tratar com segurança.

O que pode causar dor no dedo polegar da mão direita

O polegar participa de quase todos os movimentos finos da mão. O uso repetitivo, pequenas lesões e doenças articulares explicam a maior parte dos casos de dor no dedo polegar da mão direita.

Entre as causas frequentes e como diferenciar, destaco:

  • De Quervain (tendinite dos tendões APL e EPB): dor na face lateral do punho e base do polegar, piora nos movimentos de pinça e ao desviar o punho, possível inchaço local.
  • Rizartrose (artrose na CMC): dor profunda na base do polegar, estalos, perda de força para abrir potes, dor mesmo em repouso em fases avançadas.
  • Dedo em gatilho: dor e travamento na palma na altura do polegar, um “clique” ao dobrar e estender, nódulo sensível no tendão.
  • Entorse ou fratura: dor aguda após trauma, hematoma, limitação importante de movimento.
  • Cisto sinovial: caroço elástico próximo ao punho, dor por compressão ou esforço.
  • Artrites inflamatórias (reumatoide, gota): dor e rigidez matinal, articulação quente, episódios em outras juntas.
  • Compressão nervosa cervical: dor que irradia do pescoço, formigamento no polegar, perda de força associada.

Quando a dor no dedo polegar pede avaliação rápida

  • Dor intensa que não melhora com repouso por 48 a 72 horas.
  • Perda de força ou dormência persistente no polegar.
  • Deformidade após trauma ou queda.
  • Febre, vermelhidão marcada e calor local.
  • Dor noturna que desperta, mesmo sem esforço durante o dia.

Exames e testes que confirmam o diagnóstico

  • Exame físico: manobras específicas, como Finkelstein para De Quervain e o “grind test” para rizartrose.
  • Radiografia: avalia alinhamento e sinais de artrose na base do polegar.
  • Ultrassonografia: identifica inflamação de tendões e cistos sinoviais, útil no planejamento de infiltrações.
  • Ressonância magnética: indicada quando a suspeita permanece após os exames iniciais.

Tratamentos conservadores que funcionam

Em boa parte dos casos, a dor no dedo polegar da mão direita melhora com medidas simples, bem indicadas e seguidas com disciplina.

  • Repouso dirigido: reduzir atividades de pinça e torção por alguns dias.
  • Tala tipo “spica”: imobiliza punho e base do polegar, diminui a inflamação.
  • Gelo: 10 a 15 minutos, duas a três vezes ao dia.
  • Medicamentos: anti-inflamatórios e analgésicos quando não houver contraindicação.
  • Fisioterapia: mobilização suave, fortalecimento da musculatura tenar e controle de carga.
  • Infiltração com corticosteroide: opção para De Quervain e rizartrose em estágios iniciais, alivia a dor e facilita a reabilitação.

Exercícios simples para fazer em casa

  • Alongamento do polegar: com a outra mão, puxe o polegar devagar para fora da palma até sentir leve tensão, segure por 20 segundos, repita três vezes.
  • Oposição: toque a ponta do polegar em cada dedo, mantendo o movimento lento e sem dor.
  • Pinça leve: aperte uma esponja macia por 5 segundos, solte e repita 10 vezes, sem agravar a dor no dedo polegar da mão direita.
  • Isométrico: pressione a ponta do polegar contra o indicador sem movimento, 5 segundos, 10 repetições.

Interrompa os exercícios se a dor aumentar. A progressão é gradual, com foco em qualidade de movimento e ausência de compensações.

Cirurgia, quando considerar

Quando o tratamento conservador falha, a cirurgia pode devolver função e conforto.

Cada condição é discutida caso a caso, sempre alinhada ao nível de atividade e às demandas do paciente.

Prevenção e ajustes no dia a dia

  • Celular: alternar a mão de apoio, evitar digitar longos períodos com o polegar.
  • Teclado e mouse: manter punhos neutros, apoiar antebraços, pausas curtas a cada 45 minutos.
  • Esportes: aquecer antes, fortalecer antebraço e tenar.
  • Tarefas domésticas: usar utensílios com cabos grossos, dividir a força entre as duas mãos.

FAQs

Como saber se é De Quervain ou rizartrose?

A De Quervain dói na lateral do punho e piora ao desviar o punho com o polegar estendido. A rizartrose dói fundo na base do polegar, piora na pinça e costuma dar estalos. O exame físico e a radiografia confirmam.

A dor no dedo polegar da mão direita pode melhorar sem cirurgia?

Sim. Repouso dirigido, tala, gelo, medicamentos e fisioterapia resolvem muitos casos. Em situações selecionadas, a infiltração acelera a melhora e evita a operação.

Quando a infiltração é indicada?

Quando a inflamação persiste apesar de tratamento inicial. Em De Quervain e na rizartrose inicial, a infiltração reduz dor e facilita a reabilitação. A indicação é individual.

Que tipo de tala devo usar?

A tala tipo “spica” que imobiliza punho e base do polegar costuma ser a mais útil. O tempo de uso é definido na avaliação clínica para não causar fraqueza por imobilização prolongada.

Posso treinar musculação com dor na base do polegar?

Evite exercícios que exigem pinça forte ou torção. Prefira máquinas com pegada neutra e reduza a carga. Se a dor no dedo polegar da mão direita persistir, ajuste o treino com orientação profissional.

Dr. Henrique Bufaiçal
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Dr. Henrique Bufaiçal
Dr. Henrique Bufaiçal

Ortopedista Especialista em mãos Goiânia. Há mais de 8 anos dedicando-se exclusivamente aos cuidados ortopédicos e à Cirurgia da Mão.