Como fica o dedo da mão com artrose

Quem pesquisa como fica o dedo da mão com artrose geralmente está tentando entender por que os dedos começaram a mudar de formato, ficar rígidos ou doer em tarefas simples, tipo abrir uma tampa, torcer um pano ou digitar.

A artrose (osteoartrite) é um desgaste progressivo da cartilagem da articulação, com inflamação local e formação de “bicos de osso” (osteófitos). Nos dedos, isso pode mexer com a estética e, principalmente, com a função.

A boa notícia é que é possível aliviar os sintomas, proteger as articulações e manter a autonomia na rotina com o plano certo.

Como fica o dedo da mão com artrose: sinais que você consegue notar

A aparência do dedo pode mudar aos poucos. Muitas pessoas percebe, primeiro um “inchaço duro” perto das juntas e depois notam que o dedo não estica ou não dobra como antes.

Mudanças comuns:

  • Aumento das juntas: as articulações ficam mais grossas, com relevo visível.
  • Desvio do dedo: ele pode começar a “entortar”, fugindo do eixo normal.
  • Nódulos: caroços próximos às articulações do fim do dedo (nódulos de Heberden) ou do meio do dedo (nódulos de Bouchard).
  • Rigidez: sensação de travamento, pior após repouso ou ao acordar.
  • Dor com uso: pinça (polegar com indicador), torção e força fina costumam piorar.
  • Crepitação: estalos ao movimentar.
  • Perda de força: queda de potência para segurar objetos e manter firmeza.

Nem todo mundo terá todos os sinais. Em alguns casos, a dor é o principal; em outros, a deformidade chama mais atenção.

Quais articulações dos dedos são mais afetadas

Nos dedos, as regiões mais atingidas costumam ser:

Articulação do fim do dedo

É aquela perto da unha (interfalângica distal). Quando inflama e cria osteófitos, pode surgir o nódulo e o dedo ganha uma “ponta” mais larga, com dor ao apertar e menor precisão.

Articulação do meio do dedo

A interfalângica proximal pode engrossar e ficar sensível, com rigidez para fechar a mão.

Base do polegar

Muitos pacientes têm artrose na articulação carpometacarpal do polegar, gerando dor na base do polegar, dificuldade para abrir potes, girar chaves e fazer pinça, além de possível deformidade com o polegar “caindo” para dentro.

Por que a artrose muda o formato do dedo

O desgaste da cartilagem reduz o amortecimento entre os ossos. O corpo tenta “reforçar” a região produzindo os osteófitos.

A cápsula articular pode ficar espessada, os ligamentos perdem equilíbrio e os tendões passam a trabalhar em um eixo diferente. O resultado aparece como aumento das juntas, desvio e limitação de movimento.

Em fases de crise inflamatória, o dedo pode inchar e ficar quente, aumentando a dor.

Sintomas que merecem avaliação mais rápida

Procure avaliação se houver:

  • Dor que não melhora com medidas simples por mais de 2 a 3 semanas.
  • Dedo travando com frequência ou perda clara de movimento.
  • Dormência, formigamento ou perda de sensibilidade (pode indicar compressão nervosa associada).
  • Deformidade que evolui rápido.
  • Vermelhidão intensa e calor local com febre ou mal-estar (precisa descartar outras causas).

Uma consulta bem conduzida ajuda a diferenciar artrose de artrites inflamatórias, tendinites e outras condições que mudam o tratamento.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico costuma juntar três peças: história clínica, exame físico e imagem.

O médico avalia o padrão de dor, rigidez, pontos de sensibilidade, força de pinça, amplitude de movimento e alinhamento dos dedos.

O raio-X mostra a redução do espaço articular, osteófitos e alterações do osso. Em situações específicas, ultrassom ou ressonância podem ajudar a ver tecidos moles e inflamação.

Quando a dúvida é entre artrose e doenças inflamatórias, exames de sangue podem ser solicitados para orientar.

Tratamento: o que costuma funcionar na prática

O objetivo é reduzir a dor, preservar a função e limitar a progressão. O plano varia conforme a articulação acometida, intensidade dos sintomas e rotina do paciente.

Medidas do dia a dia

  • Calor local (compressa morna) para rigidez e dor mecânica.
  • Gelo em crises de inflamação e inchaço.
  • Pausas programadas em atividades repetitivas.
  • Adaptações: engrossadores de talheres, canetas mais grossas, abridores de potes, ferramentas com cabo maior.
  • Treino de força e mobilidade com orientação para não sobrecarregar a articulação.

Órteses e terapia da mão

Órteses (talas) podem estabilizar articulações doloridas e proteger durante tarefas.

Já a terapia ocupacional e fisioterapia focam em mobilidade, fortalecimento, treino de pinça e estratégias para economizar esforço.

Se você já está perdendo função ou lidando com crises frequentes, vale buscar atendimento com especialista em mão para ajustar órteses e exercícios ao seu padrão de movimento.

Medicamentos e infiltrações

Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados em períodos de dor, com cuidado para riscos e contraindicações.

Em casos selecionados, infiltrações na articulação ajudam a controlar os sintomas, principalmente quando a base do polegar está envolvida.

Nada disso substitui o plano mecânico: proteção articular, órtese e reabilitação.

Cirurgia: quando é considerada

A cirurgia é reservada para casos de dor persistente e limitação importante, quando o tratamento conservador não resolve.

As opções variam: artrodese (fusão da articulação), artroplastia (substituição) e procedimentos específicos para o polegar.

A escolha depende da articulação, do grau de desgaste e do que você precisa fazer com a mão no dia a dia.

É possível evitar a piora?

Não existe controle total, mas dá para reduzir a sobrecarga e manter a capacidade funcional. O que mais ajuda é consistência: exercícios adequados, proteção articular, controle de crises e adaptação de tarefas.

Quanto mais cedo você organiza a rotina, menor a chance de entrar em um ciclo de dor e perda de movimento.

Dr. Henrique Bufaiçal
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Dr. Henrique Bufaiçal
Dr. Henrique Bufaiçal

Ortopedista Especialista em mãos Goiânia. Há mais de 8 anos dedicando-se exclusivamente aos cuidados ortopédicos e à Cirurgia da Mão.