A lesão da placa volar é uma contusão ligamentar do lado palmar da articulação do dedo, que surge quando o dedo dobra para trás de forma exagerada.
O problema é comum em esportes com bola e quedas, causa dor, inchaço e perda de movimento.
Neste guia você aprende como reconhecer sinais, quais exames pedem mais precisão, como funciona o tratamento e o que fazer para recuperar a mobilidade sem rigidez.
O que é a placa volar e qual o seu papel
A placa volar é um ligamento espesso localizado na face palmar das articulações dos dedos. Ela atua como um bloqueio que limita a hiperextensão, estabiliza a articulação e distribui cargas durante a preensão.
Está presente nas articulações metacarpofalangeanas e nas interfalângicas, com maior incidência de lesão na interfalângica proximal do dedo médio e do anelar.
Como a lesão acontece
O mecanismo típico é a hiperextensão súbita do dedo, muitas vezes ao tentar segurar uma bola ou apoiar a mão na queda.
Torções laterais podem agravar a lesão e comprometer os ligamentos colaterais. Em parte dos casos, ocorre fratura por avulsão, quando um pequeno fragmento ósseo se solta no ponto de inserção da placa.
- Hiperextensão direta ao impacto na ponta do dedo.
- Desvio lateral com estiramento dos colaterais.
- Quedas com apoio da mão aberta.
- Traumas repetitivos em esportes com bola ou artes marciais.
Sinais e sintomas que pedem atenção
Entre os sintomas comumente descritos, destaco:
- Dor imediata na face palmar da articulação.
- Inchaço e hematoma local.
- Limitação para dobrar e esticar o dedo.
- Toque doloroso na região palmar.
- Sensação de instabilidade ou leve desalinhamento.
Se houver deformidade evidente ou incapacidade de mover o dedo, procure avaliação imediata. Quanto mais cedo iniciar o cuidado, menor o risco de rigidez persistente.
Diagnóstico: clínica em primeiro lugar, imagem para complementar
O diagnóstico da lesão da placa volar começa com a história do trauma e um exame físico que avalia dor, edema, amplitude de movimento e estabilidade.
Para complementar, exames de imagem podem ser solicitados:
- Radiografias do dedo afetado em três projeções ajudam a identificar fratura por avulsão e descartar luxações.
- Ultrassom pode avaliar partes moles em mãos experientes.
- Ressonância é reservada para dúvidas diagnósticas ou lesões complexas.
Quando tratar sem cirurgia
A maioria dos casos de lesão da placa volar evolui bem com tratamento conservador. O objetivo é controlar a dor, proteger a articulação e recuperar o movimento sem permitir nova hiperextensão.
A imobilização rígida por longos períodos não é recomendada, já que favorece a rigidez.
- Buddy tape (enfaixar o dedo lesionado ao dedo vizinho) para limitar a hiperextensão.
- Tala dorsal curta em fases iniciais com dor intensa.
- Gelo e elevação da mão nas primeiras 48 a 72 horas.
- Analgésicos simples conforme orientação profissional.
- Início precoce de mobilidade guiada pelo terapeuta da mão.
Reabilitação prática: passo a passo
A mobilidade precoce é decisiva para evitar rigidez após uma lesão da placa volar. Respeite a dor, mantenha a proteção e progrida o movimento de forma gradual.
- Fase 1 – dias 1 a 7: controle de dor e edema, tala dorsal ou buddy tape, deslizamentos suaves de tendão, flexão em gancho sem forçar extensão completa.
- Fase 2 – semanas 2 e 3: retirada progressiva da tala, manutenção do buddy tape em atividades, flexão em punho leve, extensão até limite indolor, fortalecimento isométrico suave.
- Fase 3 – semanas 4 a 6: ganho completo de arco de movimento, pinça e preensão com elásticos leves, treino funcional com bola macia.
- Retorno ao esporte: quando não houver dor, com boa força e controle, geralmente após liberação clínica individualizada.
Quando considerar avaliação cirúrgica
A cirurgia pode ser indicada em cenários específicos, como:
- Fratura por avulsão com grande fragmento deslocado.
- Instabilidade persistente.
- Subluxação que não reduz com imobilização funcional.
- Bloqueio mecânico do movimento.
A decisão é individual, baseada em exame, imagem e demandas funcionais do paciente.
Complicações e como preveni-las
- Rigidez: comum após imobilização prolongada. Prevenção com mobilidade precoce orientada.
- Dor ao frio e sensibilidade: pode persistir por meses. Evolui com dessensibilização e treino gradual.
- Perda de extensão: trabalhar extensão dentro do conforto, sem forçar hiperextensão.
- Recidiva: proteger o dedo em treinos nas primeiras semanas, reforçar musculatura intrínseca da mão.
Caso você suspeite de lesão da placa volar, agende uma consulta para avaliar de perto seu quadro e propor a melhor abordagem terapêutica.
FAQs
O que é a lesão da placa volar?
É a contusão do ligamento palmar que limita a hiperextensão do dedo. Ocorre quando o dedo dobra para trás além do seguro, com dor e inchaço imediatos.
Quais exames confirmam a lesão?
A avaliação clínica direciona o diagnóstico. Radiografias do dedo lesionado identificam fratura por avulsão e desalinhamentos. Ultrassom e ressonância ficam para casos selecionados.
Quando a lesão da placa volar precisa de cirurgia?
Quando há fragmento grande deslocado, instabilidade que não melhora, subluxação persistente ou bloqueio mecânico do movimento. A indicação é individual.
Quanto tempo usar buddy tape ou tala?
Em geral por cerca de 3 semanas, com retirada progressiva. O uso pode ser mantido em atividades de risco por mais alguns dias para proteção.
Como evitar rigidez após a lesão?
Comece mobilidade precoce dentro do conforto, mantenha o controle do edema, siga exercícios orientados e evite imobilização prolongada.
Quando posso voltar ao esporte?
Quando houver arco de movimento funcional, força adequada e ausência de dor. Em muitos casos ocorre por volta de 4 a 6 semanas, com liberação profissional.
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