A osteoartrite da mão é um desgaste da cartilagem das articulações, com reação do osso e dos tecidos ao redor.
Na prática, ela aparece como dor, rigidez, inchaço e perda de força para tarefas simples, como abrir potes, digitar, torcer um pano ou segurar um copo com firmeza.
É comum ver “carocinhos” nas articulações dos dedos. A base do polegar também pode sofrer bastante, quadro chamado de rizartrose, que atrapalha a pinça e preensão.
O ponto central é este: é possível controlar os sintomas e manter a mão útil por muito tempo, desde que o cuidado seja bem direcionado e constante.
O que acontece dentro da articulação
Cartilagem saudável é lisa e ajuda o movimento “escorregar”. Quando ela perde qualidade, o corpo tenta compensar, surgindo osteófitos (bicos de osso), a cápsula pode ficar mais espessa e a articulação perde alinhamento.
Em fases mais avançadas, aparecem deformidades e limitação maior de movimento.
Na osteoartrite da mão, as áreas mais atingidas costumam ser a ponta dos dedos (interfalangeanas distais), a articulação do meio (interfalangeanas proximais) e a base do polegar (trapézio-metacarpiana).
O punho pode doer por sobrecarga, só que nem sempre é o foco do desgaste.
Fatores que aumentam o risco
Não existe um único culpado. Na maioria das pessoas, é uma soma de predisposição e carga ao longo do tempo.
- Idade: o risco cresce com os anos.
- História familiar: há influência genética.
- Lesões antigas: fraturas, entorses e instabilidades podem acelerar o desgaste.
- Sobrecarga repetitiva: trabalhos manuais intensos e movimentos repetidos por anos aumentam exigência articular.
- Doenças inflamatórias: podem levar a desgaste secundário.
Principais sintomas e sinais no dia a dia
A dor costuma piorar com uso, melhora com repouso relativo e pode dar um “tranco” ao mexer. Rigidez de manhã é comum e tende a aliviar quando a mão aquece e começa a se movimentar.
- Dor ao pinçar (chave, caneta, celular, talher).
- Rigidez ao acordar ou após ficar muito tempo parado.
- Inchaço e sensibilidade nas articulações.
- Perda de força para apertar, torcer e segurar.
- Nódulos e desvio progressivo dos dedos.
- Cisto mucoso perto da unha em alguns casos.
Na osteoartrite da mão, a dor pode variar por fases. Tem um período mais calmo e uma fase de “inflamação”, com mais inchaço e limitação. Esse vai e volta é típico e ajuda a planejar o tratamento.
Diagnóstico de osteoartrite da mão
O diagnóstico começa com conversa e exame físico. O médico avalia onde dói, quais articulações estão aumentadas, se existe instabilidade, desalinhamento e quanto de movimento ainda existe.
Testes simples de pinça e preensão mostram o impacto funcional real.
A radiografia confirma o padrão do desgaste, mostra redução do espaço articular, osteófitos e alterações do osso.
Quando a dúvida é maior, ou quando há suspeita de lesão associada, outros exames podem entrar, como ultrassom e ressonância.
Exames de sangue não “provam” osteoartrite, só ajudam a afastar outras causas, como artrite reumatoide e outras artrites inflamatórias.
Esse passo é importante quando há muitas articulações inchadas, calor local frequente, sinais sistêmicos ou dor fora do padrão mecânico.
Tratamento
O objetivo é reduzir a dor, melhorar a função e desacelerar a piora. O plano funciona melhor quando combina medidas diárias com recursos médicos na dose certa.
Medidas que costumam dar mais resultado
- Educação de uso: trocar pegadas, engrossar cabos, distribuir esforço e evitar pinça forte prolongada.
- Exercícios guiados: mobilidade, alongamento leve e fortalecimento progressivo.
- Calor: água morna antes dos exercícios reduz a rigidez e facilita movimento.
- Órteses (talas): úteis em crises e na rizartrose para estabilizar a base do polegar.
- Terapia ocupacional: adapta tarefas e protege articulações sem “parar a vida”.
Medicamentos e procedimentos
Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados por fases, com atenção a estômago, rim, pressão e interações. Formas tópicas (gel ou creme) são boas aliadas na mão, por ficarem perto da articulação e reduzirem exposição sistêmica.
Em crises bem localizadas, infiltração com corticosteroide pode aliviar a dor e melhorar movimento por um período.
Ácido hialurônico pode ser considerado em alguns casos, principalmente na base do polegar, de acordo com avaliação clínica e expectativa de resultado.
Na osteoartrite da mão, cirurgia é reservada para quando a dor limita a vida, o tratamento bem feito falha e existe deformidade ou perda importante de função.
As opções variam por articulação: artrodese (travar a articulação dolorosa em posição funcional), artroplastia (substituir a articulação) e técnicas específicas para rizartrose na base do polegar.
Sinais de alerta para procurar avaliação
- Dor que acorda à noite por semanas.
- Inchaço persistente com calor e vermelhidão.
- Perda rápida de força ou quedas de objetos da mão.
- Dormência ou formigamento associado (pode indicar compressão de nervo).
- Deformidade que progride em pouco tempo.
Um ortopedista especialista em osteoartrite da mão consegue diferenciar padrões, indicar órtese adequada, ajustar exercícios e definir quando procedimentos são úteis.
Esse caminho evita tratamento aleatório e acelera o controle dos sintomas.
FAQs
Osteoartrite na mão é a mesma coisa que artrite?
Não. Osteoartrite tem padrão de desgaste e dor ligada ao uso. Artrites inflamatórias costumam ter mais inchaço, calor e sinais sistêmicos. O exame e os testes ajudam a diferenciar.
Quais articulações mais sofrem?
Ponta dos dedos, articulação do meio e base do polegar são as mais comuns. A base do polegar pode afetar muito a pinça e a força para segurar objetos.
Qual exame confirma?
Radiografia costuma ser suficiente para confirmar o padrão e graduar o desgaste. Exames de sangue entram quando é preciso afastar artrites inflamatórias.
Tala ajuda mesmo?
Ajuda quando bem indicada e bem ajustada. Na crise, reduz dor por estabilizar. Na rizartrose, protege a base do polegar durante uso.
Infiltração é indicada para todo mundo?
Não. É uma ferramenta para casos selecionados, com dor localizada e falha de medidas simples. O tipo de medicação e a frequência dependem da articulação e do quadro.
Quando a cirurgia vira opção?
Quando a dor limita a rotina, existe deformidade relevante ou perda funcional importante e o tratamento bem conduzido não resolve. A técnica muda conforme a articulação acometida.
Exercício piora o desgaste?
Exercício bem orientado tende a ajudar. O foco é mobilidade e força com carga progressiva, sem forçar dor aguda. Calor antes e gelo após podem ser úteis em fases sensíveis.
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